Posso fazer o que quero. O tempo está ai,disponível e eu o que quero? Nada me impede e tudo me limita. Estou só, e agora? Vou ou não vou? Fico ou não fico? Falo ou não falo? No momento estou preferindo não falar. O tempo é longo, o movimento é lento, e rápido, ao mesmo tempo. Sem atenção, o tempo escapa.
Pinto ou não pinto? O que pinto nem sempre agrada, mas é para agradar? Agradar a quem? Gostaria de ter respostas, não tenho, tudo é dúvida, tudo escorrega, escapa, parece que não tenho raízes, será verdade?
Vivo no limite, sempre! Posso ou não posso? Quero ou não quero?
A questão é: tenho que dizer? Que revelar? As imagens que produzo transmitem isso? Ou é pura enganação?
Como reagir a toda essa angústia?
Minha pintura é o reflexo dessa angústia, que muitas vezes me faz querer desistir, mas por outro lado, o impulso de combater esse sentimento é forte. Em cada tela em branco renasce a esperança de realizar o desejo de traduzir em traços e cores essas sensações que nem sempre tem nome.
domingo, 25 de novembro de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Já viu o trailler de Blindness ?
vai lá no meu blog
eu postei lá
deixe um comentário sobre o que achou.
Um abraço
Que bela reflexão. A angústia é própria da arte, da dificuldade de criar exatamente o que desejamos, que empurra para a desistência, e é ela, a angústia, que muitas vezes faz surgir a criação, quando assume um tal estado insuportável ganha forma e nos alivia a alma de uma sensação qualquer sem nome, traduzida em traços, ou traços e cores. Boas criações!
Beijos,
Cristina.
Que surpresa boa ver que você é artista!!
Tenho a maior admiração por quem faz arte de verdade, porque sou uma frustrada - compro telas, tintas, pincéis, papéis, mas não consigo atravessar a barreira do branco.
Tão difícil!!
Postar um comentário