Comecei a pintar como uma forma de lazer, sem compromisso, mas acabei descobrindo que a pintura exige dedicação e estudo. O desafio é inesgotável, um caminho que exige persistência, pesquisa, muita disciplina, enfim, trabalho. Ter objetivos para se manter num rumo e encarar o desafio de traduzir em traços e cores sentimentos do cotidiano, sem se deixar banalizar pelo mais fácil, mais palatável, resistindo às tentações de pequenas armadilhas que transformariam o fazer em produto de consumo e não em linguagem artística. Na pintura, cada dia é uma conquista, pode traduzir angústias, anseios, desejos em algo significativo e concreto. Comecei a pintar buscando o prazer, no entanto, me deparei com uma realidade inevitável, o prazer tão almejado, só é alcançado se o compromisso for o desenvolvimento de um projeto maior, que envolve não só o aprimoramento da técnica mas um mergulho na sensibilidade artística, que evolui pelo trabalho constante e contínuo, afinal, o que pinto é reflexo de quem sou. E é nessa busca persistente, que é possível ampliar horizontes, consumar novas conquistas. Ao insistir, quase que insanamente em temas repetidos, cores já experimentadas é que vou enfrentando batalhas que se consomem em si mesmas e perpetuam-se na obra. Vera